1.2.09

Monografia

Escrevo este pequeno texto, não por urgência de partilhar com o mundo as minhas dolências, mas por saber que completos estranhos são consumidos pelo anseio de ler exposições da condição clínica alheia.

Ainda bem que pudemos esclarecer este ponto.

A questão da alimentação confunde-me ainda. Ao que percebo, é-me interdito comer o que quer que seja que saiba a seja o que for, e mesmo algumas coisas que não sabem de todo, como margarina vegetal e queijo magro (perdoe esse oximoro medonho). Pão, posso comer, desde que torrado e barrado com coisa nenhuma. Suplício de Tântalo, gastrónomo leitor. Enfim, pelo menos a próstata vai óptima, obrigado por perguntar.

Quem sabe existem excepções, ou talvez dias santos em que toda a comida faça o Bem. Na semana que passou entreabri a porta da clínica e, usando da minha melhor imitação de Martim Moniz (se não entrar completamente não é considerado consulta), pedi à recepcionista que inquirisse a Dra. A., assim que a ocasião o propiciasse, sobre a possibilidade de eu poder degustar polvo à lagareiro. Polvo vive na água, é quase peixe, alimento esperanças. Claro, teria ficado muito mais aborrecido se os exames houvessem revelado problemas na próstata, isso da alimentação é chato mas aguenta-se.

A questão do polvo está neste momento a percorrer o costumeiro labirinto burocrático, espero despacho favorável. Eu já lhe tinha dito que não tenho problemas de próstata? Desculpe, esqueci-me que já mo tinha perguntado, esta cabeça. Não, com a próstata tudo vai bem, obrigado por se interessar.

O lado bom de tudo isto: inevitavelmente, perderei peso. Ah! E não tenho problemas de próstata. O futuro é risonho. Acho.