25.5.09

A segunda namorada de Heisenberg

No ano de 1925, o jovem físico Wolfgang Pauli lamentava-se: “A Física está, neste momento, completamente errada. Para mim, pelo menos, é demasiado difícil. Eu antes queria ser um comediante e nunca ter ouvido falar de Física na minha vida”.

Apenas um mês passara sobre o queixume de Pauli quando o seu colega Heisenberg apresentou ao mundo a Mecânica Matricial, primeira formulação verdadeiramente hilariante da teoria quântica e também o nome da segunda namorada dele.

Pauli, entusiasmado, abandonou de imediato as pretensões à comédia, que ele até aí supusera ser muito mais divertida que a Física de Partículas. “Caramba, como estava enganado”, pensava rindo como um louco, e febrilmente anotava tiradas de stand-up physics na ardósia negra do laboratório da universidade.

4.5.09

Haverá expressão mais sem sentido que "passo de corrida"?

Eu queria muito responder a comentários e escrever um poste bem longo e sem gralhas. Contar como, para evitar problemas como o que relatei dois postes abaixo, passei a usar exclusivamente cartões Multibanco de outras pessoas. Ou como ando muito contente por o meu filho gostar cada vez mais de peixe (mas será que o raio do oceanário nunca fecha para férias?). Ou ainda como, durante o longo fim-de-semana, meditei sobre algumas questões metafísicas de grande profundidade, tendo concluído que devemos agir sempre como se no dia seguinte todo o comércio estivesse encerrado.

E contudo, hélas, não posso. Urge resolver questões do foro burocrático; e pelas 14:30, mais hora, menos hora, tenho a consulta em que a doutora A. me vai dizer se estes últimos quatro meses de renúncias – suporta e abstém-te, diriam os estóicos – valeram a pena, ou se terei mesmo que deixar de praticar parkour (e a sua versão de salão, a canasta).
Ocorre-me agora escrever

todo o início é precipitado; todo o fim é prematuro

porque o poste não apenas não ficou tão curtinho assim, como ainda não terminou. Falta esse parágrafo aí em baixo, onde eu digo que

Mais logo, dependendo de me ter ou não dependurado do arrevesado ramo de alguma olaia, eu volto, perseverante leitor.

Mínimas

Tem razão. Agora use-a.