
O monólogo durou duas horas que, não fossem aquelas cadeiras (ok, o problema pode ser da minha espinha de fancaria, mas ser-se rezingão é um privilégio que vem com a idade), durariam um instante apenas, porque Rita Durão fez esquecer o tempo que passava. E felizmente o Universo é cíclico, ou ela não poderia ter repetido aquele papel todas as noites. Oh, bolas. Revelei o fim? Desculpe.
[Eu visitando a página da Cornucópia e batendo com a cabeça repetidamente numa porta]
Eu queria ter escrito sobre este assunto antes, queria que fosse ver a Rita Durão, mas apenas agora me apercebo, com pena, de que a peça já saiu de cena. Aqui me detenho. Que fiasco. Enfim, como Beckett, falhar outra vez, falhar melhor. A título de consolação, saiba que o texto, em tradução de José Maria Vieira Mendes, está editado em português pela Cotovia. Pode ler um resumo na página deles.
E por favor, vamos parar com essas invenções de “Áustria”, “Wittgenstein”, “Popper”, “Klimt”, “Mozart”, “Segunda Escola de Viena”, etc. Ok? Caramba, existe um limite para a puerilidade.